quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Um quintal com muitas folhas

Em Seropédica tem uma casa e nela, um quintal imenso. Neste quintal tem muitas árvores, frutos e folhas, e é nele que as 28 crianças, filhos do coração da costureira Eunice, brincam. 

Ali, bem longe da correria do mundo urbano, a designer Mana Bernardes desenvolveu oficinas criativas com o grupo Costura Unida pelo projeto Coletivo Artes Coca-Cola em parceria com a Rede Asta. E foi direto deste espaço lúdico e afetivo que brotou, a partir do que a natureza convida e da capacidade de construir juntos, uma linha de produtos chamada Folhas do Quintal. 
Durante as oficinas, as folhas das árvores, que eram muitas, surgiram como elemento visual forte e relevante. A partir delas, Mana conduziu uma proposta convidando o grupo a encontrar uma solução que trouxesse esse objeto para peças de decoração. Dentre as folhas que iam sendo recolhidas do quintal, escolheram três formatos para direcionar a criação: coração, veias e a folha mais alongada





"Nunca ensino nada, só abro espaço, faço roda, boto geral pra respirar junto e ouço a história de vida de cada um. Depois disso as coisas acontecem porque elas não vem como imposição, matéria é imposição. O que me constrói é processo, mistério, coisas que acontecem quando a gente se mistura e cada um contribui com uma técnica e essas técnicas se misturam e sai uma coleção, que gera renda, autoralidade." Mana Bernardes


Cada traço foi aproveitado para a criação de uma linha que reúne almofadas, jogos americanos e avental. Além da beleza das peças o tecido utilizado valorizou ainda mais estes produtos. Todos são feitos de tecido Ecopet, que usa fios de retalhos de algodão reciclados em sua composição e poliéster (feito de garrafas PET - cada metro de tecido corresponde a três garrafas reaproveitadas). Veja o vídeo.

O grupo reúne costureiras e também ganhou uma oficina de serigrafia, onde os rapazes aprenderam mais essa técnica. Na oficina o desenho das folhas foi aplicado em telas e repassado aos tecidos.



Durante o desenvolvimento houve muita discussão para encontrar a melhor forma de imprimir ao produto o formato da folha de forma que gerasse uma peça bem acabada, com potencial de venda e dentro da identidade da linha que nascia. E como podemos ver, esse objetivo foi alcançado!



Além de adquirir novos saberes como a serigrafia e de criar lindas peças, que deram à produção do grupo uma  nova força, os 16 artesãos aprenderam a assumir sua própria história de vida. “Ser uma pessoa que assume sua origem já faz dela autêntica e criativa, isso é muita coisa”, afirma Mana.
   

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