Em paralelo, havia no grupo algumas artesãs que eram hábeis no crochê, como a Daniele, a Miriam, a Regina Gomes e a Regina Ferrão. Elas trouxeram o desejo de fazer algo de sua arte e o crochê foi adicionado como opção para as luminárias, ao lado dos fios coloridos enrolados que caracterizavam a produção do grupo até hoje. Foi um processo muito rico e intenso que resultou em verdadeiras esculturas coloridas que parecem brotar do chão em direção ao céu.
A artesã Regina explica como são criadas as peças: “Limpamos o PET e depois o cortamos. Em seguida fazemos o boleamento, aquecendo o plástico e arredondando as beiras. Em seguida fazemos a união das partes e colocamos fio e bocal. A base é feita com argila para sustentar o peso da armação do bocal e fios, deixando a peça equilibrada. Após toda a estrutura montada, a luminária ganha cor com os fios enrolados ou em crochê.” Confira aqui a linha completa de luminárias fruto desta cocriação.
Depoimento de Mana Bernardes:
“Uma alegria radial chega ao teto em forma de tramas / que saiu do lixo / que atravessou o oco / o vazio/ a falta de sentido por ter sido apenas uma embalagem e ocupar tanto espaço que não existe mais / que chega a engasgar tartarugas / mata até baleia / faz crianças estudarem o oceano como um lugar de marés conduzidoras de embalagens/
Essa alegria é que quando toda essa falta de sentido foi traduzida como material e não embalagens as artesãs do grupo Fios Coloridos, no Morro dos Macacos, fizeram verdadeiras esculturas e eu tenho muito, muito orgulho delas, onde durante dois meses fiquei direto como terapeuta e designer até ver brotar delas uma linha de luminárias que misturam garrafas PETs a crochê e a muitos fios coloridos. A trama é complexa e extremamente trabalhosa mas quando junta um monte de mulher e a realidade tem que ser transformada tudo acontece. Essa luminária tem uma luz toda especial projetada pelo craque Airton Pimenta.”
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